80% dos pais não têm ideia do conteúdo que os filhos acessam na internet

uso da internet e dos celulares é uma grande preocupação dos pais. Entregar seu filho às redes sociais e jogos no celular é abrir espaço para contatos novos e informações.

Em 2017, o “jogo da Baleia Azul” se tornou um assunto sério e foi associado diretamente com o aumento de casos de suicídio entre crianças e adolescentes. Neste ano, o alerta surgiu pelo aparecimento de “Momo”, uma imagem feminina de olhos grandes e cabelos longos e pretos que lança desafio aos jovens através do WhatsApp. 
A pessoa por trás do número começa a fazer ameaças envolvendo os familiares das crianças, usando informações pessoais da família, desafiando a fazer coisas perigosas. Foi por influência desse tipo de desafio que Artur Luis Barros dos Santos, de 9 anos, foi encontrado enforcado no quintal de casa no Recife em 15 de agosto.
Como controlar seus filhos
Cerca de 80% dos pais não sabem o que os filhos acessam na internet, segundo uma pesquisa do CyberHandbook. De acordo com Andrea Ramal, doutora em Educação pela PUC-Rio e autora do livro Educação na Cibercultura, você PRECISA estar antenado e participar do mundo digital e acompanhar o seu filho.
Não tem como escapar é preciso se informar cada vez mais sobre tecnologia e aprender a usar os dispositivos e mídias que as crianças dominam. É o único jeito de saber o que está acontecendo e assim poder proteger seu filho sempre que uma ameaça chegar ao seu radas!
Segundo Maíbi Mascarenhas, pedagoga, coordenadora da pós-graduação em Educação Inclusiva do Instituto Brasileiro de Formação de Educadores, gestora da “Água Mágica Festas e Artes” e mãe da Valentina, o melhor caminho é: colocar filtros nos aplicativos, limitar o tempo de uso e acompanhar todas as atividades da criança no celular bem de perto.
“Sim, fique ao lado, vasculhe o histórico e pergunte sobre o que viu. Mostre também exemplos de informações que não são reais e deixe claro que qualquer ameaça a ele, família ou qualquer outra pessoa, deverá ser avisada. Converse com ele explicando, de um jeito que seu filho possa entender, que parte do que existe na internet não é real”, aconselha Maibí.
Conversa é a chave! Fale com seu filho sobre as redes sociais o tempo inteiro. Uma dica é ficar atenta a comportamentos que fujam do normal e falar sobre desafios que não são brincadeiras como o da Momo.
Qual a idade certa?
O Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital aconselha que o uso seja permitido somente acima dos 02 anos de idade, porém, há outras teorias e justificativas com posicionamentos diferentes. Nossa dica é pense nos valores e na maneira que a sua família funciona antes de decidir quando seu filho vai poder ter acesso à internet. A gente sabe que é muito mais fácil dar a Pepa Pig para a criança assistir quando está chorando e você quer muito usar o telefone, mas pondere. Equilíbrio é o melhor caminho!
Agora a pergunta é: quando dar um celular para o seu filho? Segundo Andrea, não há uma idade definida. Muitos pesquisadores trabalham com a idade de 12 anos, mas essa avaliação depende muito mais de você e de sua avaliação sobre a maturidade do seu filho. “Observe se a criança tem a noção do que é perigoso ou não durante o uso desses dispositivos e se há responsabilidade na hora de decidir o que fazer online. E o mais importante: imponha limites e monitore sempre!”, explica a consultora.
É preciso também ficar atento com o tempo de uso dos aparelhos celulares pelas crianças. O horário máximo indicado pelos especialistas é de 2 horas por dia, mas olha só, este tempo não deve ser contínuo e sim em intervalos. Também é recomendado não usar o celular durante as refeições e antes de dormir. Difícil, né? A gente sabe! Mas para mudar isso o exemplo precisa começar com você.
Contras
De acordo com Maibí, o excesso de acesso à tecnologia, interfere bastante na concentração, foco e interação. O uso de maneira desregrada sobretudo nos momentos mais intensos de desenvolvimento cerebral e motor (durante a infância) pode ser bem ruim.

Fonte: Revista Pais e Filhos

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