Menos presentes e mais presença para as crianças
"Um belo dia me dediquei a assistir a um daqueles realities norte-americanos sobre acumuladores compulsivos. Ali, pessoas com seríssimos problemas têm suas fragilidades expostas e são levadas a acreditar que um serviço de limpeza e recolhimento dos seus objetos consegue resolver de vez suas vidas. Seus problemas de aquisição excessiva e incapacidade de descarte… Em 40 minutos abordando um caso, pouquíssimo se fala sobre a depressão, o abandono, a carência emocional, os grandes traumas e as perdas dessas pessoas ou mesmo a falta de maturidade para lidar até com pequenas decisões. Penso que problemas extremos, que inflam progressivamente estatísticas e já atingem 4% da população mundial, podem também ser trazidos às raízes da infância. Repensemos esse pequeno e intenso território em que pisamos nos primeiros anos para caminhar a vida toda. Claro que há fases nos primeiros anos em que a criança elege alguns objetos como extensão de si mesmas. Mas reflito sobre o quanto hoje nós,